28 de novembro de 2013

Os Cavaleiros do Zodíaco: Bravos Soldados - PS3




Mais uma vez estou aqui para analisar um jogo dos Cavaleiros, com muito orgulho. Somente nós fãs sabemos como foi difícil suportar vários anos convivendo com uma infinidade de lançamentos de Naruto e Dragon Ball sem que houvesse qualquer expectativa de um game dos cavaleiros.

Acontece que os novos rumos que a série vem tomando pelo Japão, atualmente com o Ômega e Next Dimension e anteriormente com o Episódio G e Lost Canvas, além do atualíssimo Saint Seiya Sho e dos prometidos Filme em CG e a nova série do Kurumada a serem lançados em 2014, Saint Seiya tem ocupado uma parte importante da mídia, o que refletiu na crescente produção de jogos de videogame.

Sobre os jogos já lançados, até o lançamento de Batalha do Santuário, em 2011, não havia outro game que representasse melhor a série dos cavaleiros de Atena do que o próprio agora citado. Contudo, ele perdeu este posto para o recente Bravos Soldados, que, na verdade, ainda é essencialmente indicado para fãs, mas possui muitos pontos a se destacar que são dignos de serem apreciados por outras pessoas.

Vale destacar a semelhança deste jogo com Naruto Storm: Generations, fato elogiável pela qualidade superior que os jogos da série Naruto recebem. Entre algumas características presentes em ambos os jogos e que reforçam a minha tese estão a narrativa do game composta por partes de diálogos seguidas pelas lutas; inexistência de fases para serem atravessadas; torneios; certas condições a serem cumpridas nas lutas; gráficos em cel-shading, sistema parecido para esquivas, ganchos e aproximação; entre outros. Mas vamos aos pontos.

Gráficos:

Uma reclamação que os fãs tinham dos jogos dos cavaleiros desde sempre foram pela opção não óbvia dos desenvolvedores de criar os personagens com modelos em computação 3D, que, ainda que ficassem bem feitos, não representavam adequadamente um anime. O ressentimento sempre foi grande por nunca terem experimentado criar um jogo dos cavaleiros com os gráficos em Cel Shading, como os da série Naruto.

Mas nossas preces foram atendidas e o resultado foi o que houve de melhor no jogo. Os gráficos dos personagens estão absurdamente lindos, cheios de detalhes, com os cenários também muito bem construídos. Se há um ponto que está perfeito no jogo é este, sem exagero. Seja em uma televisão menor ou em uma de TV LED 55”, não há imperfeições, quedas de quadros ou outra deformação. Simplesmente Show.

Áudio:

A trilha sonora é a mesma desde os jogos de PS2, o que torna um aspecto discutível do game. Contudo, admito que as músicas não merecem destaque nenhum neste jogo em que basicamente aparecem imagens estáticas e o áudio acompanhado pela legenda para ilustrar os diálogos e narrações da história. Assim sendo, estão adequadas.

Em compensação, a dublagem que era dispensável no jogo Batalha do Santuário não poderia ter sido prescindida no jogo Bravos Soldados. Claro, existe a legenda e ela até ajudou, mas, quando se joga, fica claro a falta que fez uma dublagem nacional, tanto nos diálogos pré luta quanto nos momentos de batalha. Perdeu muitos pontos neste quesito.

Personagens e Técnicas:

O elenco está muito bom, apenas com a ausência da saga de Asgard, dos cavaleiros de prata, cavaleiros negros, vários espectros de Hades, entre outros. Apesar de haver muitas ausências, os principais estão lá: Seiya, Shun, Shiryu, Hyoga e Ikki em várias versões, inclusive com armaduras de ouro, sendo somente o Seiya com armadura divina, Ichi e Jabu dentre os cavaleiros de bronze restantes, Marin e Shina, todos os cavaleiros de ouro, todos os marinas, os três juízes de Hades, Tanatos e Hipnos, além dos deuses Poseidon, Hades e Atena. Tudo, sem contar as vestimentas especiais que podem ser compradas via PSN a preços bem em conta.

No quesito técnicas, um ponto que achei ruim foi o fato de cavaleiros como Camus, Shura e Shaka, para citar alguns exemplos, terem ficado bem fracos. Contudo, é inegável o trabalho de equilibrar as forças que fizeram. Se o Seiya e o Aioria, por exemplo, são mais rápidos na hora de atacar, também sofrem mais danos se comparados ao Tanatos e ao Hipnos, que são lentos, mas muito mais fortes e resistentes. Cabe a cada um testar todos e escolher um ou vários para serem seus preferidos.

As opções de personagens são diversas e bastante diversificadas. Não há desculpa em não jogar com todos, pois é muito divertido ver os golpes de cada um. Os especiais são restritos a um por personagem, mas nem são tão fáceis de serem executados. Na verdade são é difíceis de serem completados, uma vez que o adversário pode muito bem se defender do ataque. Achei isso ótimo, pois serve de recompensa aos mais habilidosos ou astutos.

Jogabilidade:

O jogo é fácil de ser jogado, apenas sendo necessário conhecer os principais botões a serem utilizados. Não tem mistério, pois todos os personagens compartilham dos mesmos botões para os mesmos ataques. Posso dizer que a inspiração total foi dos jogos do Naruto, que, muito humildemente, digo que são os melhores jogos baseados em anime que existe na atualidade.

Basicamente, os botões são:

= golpe fraco
Δ = golpe forte
X = pula
O = golpe de efeito (consome uma barra de cosmo)

L2 + O = golpe de efeito 2 (consume uma barra de cosmo)
L2 + □ = ataque explosivo
L2 + Δ = ataque explosivo 2
L2 + X = aproximação rápida
L2 = eleva o cosmo

L1 = defesa
L1 + □ = arremesso
R1 = esquiva rápida ao ser atacado (consome uma barra de cosmo)
R2 = golpe especial (consume três barras de cosmo)

R3 = explode o cosmo

Menus e Modos de Jogo:

Estão simples e muito eficientes. Abrem rapidamente e são bastante práticos. Cada cavaleiro de bronze representa um modo de jogo: o Seiya é o modo história; o Shiryu o modo batalha, que inclui versus, sobrevivência (sequência de lutas que devem ser vencidas mantendo-se a mesma barra de energia), guerra galáctica (torneios de três lutas que acontecem no coliseu – mas são muitos torneios – se não me engano, mais de 40) e treinamento; Hyoga representa o modo galeria, com os cartões, bonecos e outros brindes que podem ser visualizados; Shun abre o sistema de Orbs, que são utilizados nas batalhas do modo versus e em rede; o Ikki abre o modo online; e Atena as opções. De acordo com o tempo, as armaduras que cada um deles traja pode mudar no menu inicial.

O modo história conta com três arcos, conforme acontece no manga, sendo Santuários, porém, somente as doze casas, Poseidon e Hades. Este jogo, e isto não é somente papo de fã, deveria ter recebido dublagem sem sombra de dúvida. Ele foi todo projetado para isso, com muitos diálogos entre as lutas e cenas estáticas com narração. Infelizmente (ou não), pelo menos temos as legendas, que ajudam, mas não cobrem a frustração pela ausência da dublagem. Quando se joga, é nítida esta sensação: Facilmente eu daria nota 9 para o jogo só por conta de um dublagem em português, pois o jogo em si é o melhor que já se teve notícia sobre os cavaleiros do zodíaco.

O modo online é muito bem feito, fácil de ser acessado, fácil de se encontrar adversários, etc. Joguei o suficiente para ganhar o trofeu que se refere a participar de 10 partidas online, tendo somente ganho uma. É, não sou bom nisso, mas para aqueles que se dedicarem, é um jogo muito fácil e divertido, que entreterá tanto fãs quanto aqueles que estão dispostos a somente participar de um competente jogo de lutas (bastante equilibradas) online. Ainda há um ranking e níveis para serem superados para aqueles que se dispuserem.

Comentários Gerais:

Admito que CDZ é o máximo que pode existir para mim em termos de anime/manga, e que graças a ele passei a descobrir outros animes/mangas muito bons, mas confesso que tinha vergonha em recomendar jogos de videogame dos cavaleiros para leigos de toda forma, sendo que recorria aos jogos do Naruto para evitar um “vexame”. Com este lançamento de Bravos Soldados, esta preocupação acabou sendo suprimida, pois tenho o maior orgulho de recomendar um jogo dos cavaleiros não somente para fãs, mas para todos as pessoas que se interessem por um bom jogo de videogame, acessível até mesmo para não veteranos em jogos eletrônicos.

O modo história está bem ajustado, apesar das várias ausências, sobretudo na saga de Hades. O número de lutas que temos de realizar são bastante adequadas, sendo no máximo duas por adversário. Para citar, quem tinha paciência de vencer quatro vezes o Máscara da Morte (cavaleiro de ouro de câncer) para poder passar de estágio? Eu não. Além disso, as batalhas acabam se tornando épicas, podendo terem sido ainda melhores caso o jogo fosse dublado. Confesso que a luta final contra Hades eu me senti como os próprios personagens do anime. Foi uma sensação indescritível. Cheguei e me emocionar e comemorar a vitória. Foi épico demais.

Como um jogo de luta, foi muito competente, muito mais do que eu poderia esperar, sinceramente. Contudo, para futuros lançamentos, acredito que poderiam explorar um pouco o gênero de ação, RPG, ou outro em que nos possibilitasse avançar por fases, coletar itens, simultaneamente as batalhas contra chefes, nos mesmos moldes dos jogos do Naruto. Explorar pelos cenários seria demais neste riquíssimo universo de Saint Seiya.

Conclusão:

Recomendado para fãs e para jogadores de videogame em geral que curtam jogos de luta em anime. Entre erros e acertos: [NOTA 8.0]
 
* Seria facilmente 9,0 se tivesse dublagem nacional.


Post atualizado em 05/01/2014