18 de dezembro de 2012

Patriotas X Casacas Vermelhas = Revolução

 

     Agora chegou o momento de tratar do mais novo jogo da franquia Assassin's Creed, que conta a saga de um novo heroi assassino: Connor. Neste jogo, também ocorre o “desfecho” da epopeia sobre o fim do mundo, protagonizada por Desmond, que “conclui” a trilogia com um final que dá todo o indício de uma continuação.

     A história é inédita na série, mas sua progressão se parece bastante com a dos demais jogos. Primeiro controlamos Haytham, um templário inglês que é enviado à colônia (atual Estados Unidos) para localizar um “templo secreto” que, ao que os templários acreditam, abrigaria segredos que poderiam explicar a existência dos “seres que habitaram o planeta antes dos humanos”.

     Assim, em sua vinda à América, Haytham tem o papel de recrutar outros templários para buscar mais informações sobre a localização do “templo secreto”, mas principalmente para fortalecer a ordem dos templários na colônia inglesa.

 
Haytham Kenway e Charles Lee
     Controlamos Haytham até o momento em que ele se envolve com uma índia da tribo Mohawk, quando, dessa relação, nasce Connor. Já no papel de Connor (que na verdade possui um nome impronunciável para nós brasileiros), primeiro passamos a controlar a sua infância aprendendo as técnicas de sobrevivência na selva, escalando penhascos e árvores, caçando animais e interagindo de todas as formas com a natureza.

     Em um segundo momento, Connor se vê ameaçado pelos mesmos templários que Haytham havia recrutado e parte para a “Fazenda Davenport” para encontrar o mentor dos assassinos desta época, Aquiles, que já estava bastante fragilizado e com idade bastante avançada. Daí em diante, Connor vai se aperfeiçoando em suas técnicas, tanto físicas quanto psicológicas, de modo a se tornar apto a vestir o manto dos assassinos.

     Seu objetivo é impedir que os templários tomem posse das terras de seu povo (tribo Mohawk), que, por sinal, são os guardiões do templo almejado pelos templários. Com isso, a lista de homens recrutados por Haytham para servirem à causa templária acabou se tornando a própria lista de homens a serem alvos de Connor, e o que se segue é uma história cheia de reviravoltas, em que o assassino interferiu diretamente em algumas das passagens mais importantes da história do início da formação do território norte-americano.

 
Connor combatendo na chuva
 
 

     Após expor um pouco da trama, acho importante informar que a mecânica do jogo mudou consideravelmente (mas claro, os elementos básicos estão lá), e, enquanto jogava, estava bastante frustrado com as habilidades de Connor (que me pareciam bem abaixo das de Ezio), porém, ainda mais frustrado com a força e inteligência dos inimigos, já que eles ficaram mais “espertos”. E eu explico: nos jogos anteriores, enquanto você batia em um inimigo, os demais ficavam “olhando” sem reagir; já neste jogo, ninguém fica parado, e se você não tiver uma boa técnica, vai apanhar muito de todos os lados.

     Também não há mais itens de regeneração de energia como nos tempos de Ezio, ou seja, a gente acaba morrendo muito (muito mesmo) até pegar o jeito, e eu demorei um pouco para aprender. No início eu estava odiando o jogo por conta da dificuldade, somente amenizada com o aprendizado e a utilização correta dos botões e conhecimento dos adversários. Desta forma, é importante perceber que alguns inimigos devem ser combatidos diretamente, enquanto outros devemos primeiro defender para somente depois atacar e outros precisamos roubar sua arma depois de ter defendido um de seus ataques.

     Os botões, na versão PS3 e XBOX 360, são:

- quadrado / X = ataque com lâmina oculta, machado e espada.

- triângulo / Y = ataque (pistola, arco-e-flecha, corda e dardo envenenado) e ações de caça.

- círculo / B = defesa; quando perto de barris, garrafas ou bordas, inicia cena interativa.

- X / A = rouba arma do inimigo; usa o inimigo como escudo quando os soldados se preparam para atirar em você.

     A Ubisoft produziu uma obra prima, em que conseguiu contar a história americana de maneira muito bem montada. Algo que seria impossível se o jogo fosse produzido nos Estados Unidos, com todo aquele exagero de auto-reverência que fazem de si mesmos nas produções cinematográficas. O fato é que vemos no jogo os pontos de vista dos dois lados da guerra e, quando achamos que a razão está com um, logo surge um fato que nos confunde mais uma vez (típico da série Assassin's Creed).
 
 

George Washington precisa de Connor

 
     Muitas figuras lendárias deste momento da história mundial estão presentes, tais como George Washington pelo lado dos patriotas e Charles Lee, pelos ingleses, assim como os eventos mais importantes desta época, como a revolta do chá e a assinatura do documento de independência. Ainda, é interessante notar que inseriram de maneira bastante convincente a participação de Connor nos eventos, de modo a parecer que ele realmente conduziu vários dos fatos que culminaram na guerra.

     Considero bastante importante também que o jogo tenha sido produzido por um país que não fosse a Inglaterra ou os Estados Unidos, pois poderia interferir na forma de abordagem dos fatos. Me refiro à linguagem utilizada no jogo, que em momento algum buscou bajular qualquer um dos lados, sejam os patriotas (americanos) ou os casacas-vermelhas (ingleses). Após finalizar o jogo, ainda existem duas cenas que explicam o que aconteceu aos americanos, aos ingleses e aos índios nativos após Connor dar fim aos planos dos templários. São cenas curtas, mas bem introduzidas.

     As missões e objetivos secundários também estão ótimos, com muita coisa a se fazer. Para quem só quer concluir o jogo, trata-se de um excelente game com uma história bastante envolvente (ainda mais com a dublagem em português, já lançada). Sobre este assunto, inclusive, cabe muitos elogios para a interpretação dos personagens. Contudo, vários personagens de idade avançada claramente possuem uma voz incompatível, mais parecendo um adolescente falando e isso incomoda mais do que se possa pensar.

     Já aqueles que desejam completar o jogo em 100%, como eu, terão que dedicar muitos dias ao jogo, entretido com missões de caça, entrega de encomendas, recrutamento de assassinos, contratos navais, recolher penas, baús, páginas de livro, etc, só para citar alguns.

 
Modo Multiplayer Online
 
 
     Também há o modo online e esse ficou ainda melhor. Além dos modos de jogo de cada um por si e dos desafios em equipe, agora foi acrescentado um modo "horda", denominado de Matilha de Lobos. Sinceramente, achei sensacional esta inserção, pois tantos outros jogos já haviam explorado este universo e agora AC entrou na brincadeira. Neste modo, uma equipe de quatro pessoas se unem para assassinar adversários da CPU valendo pontuação, necessária para se avançar por 25 níveis, devendo trabalhar em equipe e não mais cada um por si.
 
     A trilha sonora está mais simples e não chega a empolgar tanto, mas pelo menos não atrapalha o clima do jogo. Clima este que é todo desenvolvido pela história. Por sinal, recomendo muito a leitura do livro Assassin's Creed: o renegado, que trata do jogo pelo ponto de vista de Haytham. Muitas coisas que o jogo não trata são explicadas neste livro.
 
 
Desmond: Salto da Fé em Nova York
 
     Por fim, Desmond, se vê diante de um grande dilema ao fim do jogo. Cabe somente a ele a responsabilidade de decidir se o mundo será extinto ou se o mundo será … bem, posso dizer que a decisão é bem delicada mesmo (e foi bastante criticada pelos jogadores pelo mundo todo). Os gráficos na parte em que controlamos Desmond está bem pobres e pouco inspiradas. Parece que toda a atenção dos desenvolvedores ficou na parte do Connor mesmo e isso é bastante evidente.
 
     Agora é esperar para ver que futuro a série levará, mas o certo é que não chegou ao fim, pois, a dizer pelo encerramento deste jogo, as possibilidades abertas foram ilimitadas.

30 de setembro de 2012

ASSASSIN'S CREED 3

Falta menos de um mês para o lançamento deste incrível jogo e não preciso nem dizer o quanto estou ansioso por esta sequência, agora dublada em português do Brasil.

O melhor jogo já produzido e agora em nosso idioma. Tomara também que seja em 3D, pois já comprei uma tv com suporte a esse recurso. O som também já está no ponto.

Tem tudo para ser o jogo do ano.

Para quem não gosta de video game, não é tarde para começar a jogar, mas para quem curte e não conhece o jogo, toma vergonha na cara e começa a jogar desde o primeiro Assassins Creed.

Para encerrar, um video em CG, como já é tradiçao da UBISOFT, e um com a jogabilidade.






31 de agosto de 2012

Animes que você deve assistir: Fullmetal Alchemist Brotherhood


 
O anime tem início com o drama dos irmãos Elric, que buscam com todas as suas forças recuperar seus corpos. Edward é o mais velho (apesar de não parecer) e perdeu uma de suas pernas e um braço, enquanto que Alphonse (o da armadura) perdeu todo o seu corpo.

Tudo começou no momento em que o pai deles abandonou a família, quando ainda eram pequenos, e, pouco tempo depois, apenas piorou ao ficarem completamente órfãos, com o falecimento da mãe. Foi então que Edward decidiu aprender alquimia com a intenção de trazer sua mãe de volta à vida, porém, para isso, ele precisaria violar o maior tabu existente dentro das leis da alquimia: a transmutação humana.

A experiência foi um desastre e, como consequência, além de não recuperarem a mãe, os irmãos ainda sacrificaram seus corpos. Apesar do fracasso, Edward teve uma visão muito real de como era o “outro lado” no momento em que estava quase morrendo, mas conseguiu retornar e salvar a alma do irmão na armadura por meio de alquimia. Pode-se dizer que esta “visão” foi o elo que auxiliou a dupla a cada vez mais compreender os meios necessários para conseguir atingir seus objetivos.

Um dos elementos-chave deste anime, além da própria alquimia, é a pedra filosofal. Diz-se que ela é capaz de aperfeiçoar qualquer alquimia e inclusive seria a única maneira possível de trazer seus corpos de volta, mas isso seria a custa de muitas vidas, como tristemente descobriu Edward.
 
Edward (frente) e Alphonse (fundo)
 
Na verdade, questões morais aparecem a todo o momento neste anime, deixando-nos até desconcertados com tamanha indiscrição do autor em abordar certas questões éticas e, literalmente, tabus na sociedade. E é aqui que entra outro conceito bastante retratado nos episódios: a troca equivalente. Até que ponto nossos interesses pessoais devem estar acima dos de nossos irmãos? Em que ponto uma amizade pode nos atrapalhar de perseguirmos um objetivo?

Edward é um talento nato, sendo conhecido com Fullmetal, ou alquimista do aço, justamente por seu braço ter sido substituído por uma prótese. Ele é capaz de produzir alquimia sem um círculo de transmutação. Seu irmão também é muito habilidoso, mas está longe de ser um talento. A grande diferença existente entre os dois é que o primeiro possui o título de Alquimista do Estado, maior certificação possível para aqueles que manipulam alquimia.

Esta certificação é conferida pelo exército, que, por sinal, possui grande responsabilidade sobre todos os acontecimentos da trama. A maioria dos personagens principais pertence ao exército, cuja função é defender a justiça, apesar de que alguns preferem usá-lo de fachada para facilitar seu envolvimento com os inimigos. É um jogo de traição e conspiração a todo o momento, mistério atrás de mistério, com muitos enigmas e soluções, o que torna este anime bastante envolvente.
 
 3 vilões à esquerda, 7 mocinhos à direita
 
Mas, falando de vilões, os verdadeiros inimigos do anime são os homúnculos, cujos nomes remetem aos sete pecados capitais. Em poucas palavras, são  seres criados em laboratório, semelhantes a humanos, mas com habilidades especiais únicas, além do fato de serem "imortais". Para completar a ação, em certo momento, o pai dos irmão Elric retorna de seu exílio e uma sucessão de reviravoltas acontece.

Sinceramente, quando comecei a assistir, acreditei se tratar de mais um anime infantil e bobo, mas me enganei muito. Extremamente recomendado para jovens e adultos, trata de assuntos bem sérios ao mesmo tempo em que faz piada de seus próprios personagens. Não entrei muito em detalhes sobre o enredo para não estragar a surpresa, mas tenho certeza que todos aqueles que querem ver algo diferente, que nos faça realmente refletir, estarão bem servidos com esta obra.

ATENÇÃO:

Existe Fullmetal Alchemist, não baseado no manga, e Fullmetal Alchemist Brotherhood, baseado no manga. Minha análise se refere ao segundo. Também assisti ao primeiro, mas confesso que não curti tanto. Talvez seja implicância minha, já que os primeiros episódios são bastante similares, mas, depois de algum tempo, ambos tomam rumos tão diferentes que parecem até fazer parte de mundos paralelos, além do fato que a primeira versão não conclui nada (ainda não assisti ao filme que dizem corresponder ao verdadeiro final) enquanto a segunda encerra a série de forma inteligente e decente. Opinião minha.
 

28 de julho de 2012

Os Cavaleiros do Zodíaco: Batalha do Santuário – PS3



Antes de mais nada, gostaria de deixar claro que eu sou completamente louco pelos Cavaleiros do Zodíaco e costumo comprar tudo que existe da série, no entanto, sempre senti a falta de jogos para videogame, já que esta é outra paixão minha. Com o anúncio do lançamento de Saint Seiya Senki para 23/11/11, exclusivamente para Playstation 3, não tive dúvidas em comprar o console o mais rápido possível para adquirir o quanto antes este jogo.

Porém, com a notícia da versão nacional do jogo, batizada no Brasil como Os Cavaleiros do Zodíaco: Batalha do Santuário, tive de conter os meus ânimos e ser paciente, e a espera foi longa, mais precisamente 6 meses e 26 dias. Enfim, em 18/06/12 coloquei o jogo para rodar, mas admito que somente dediquei 100% do tempo ao game a partir de 14/07/2012, por conta dos estudos e de outros jogos ainda pendentes que me ocupavam a cabeça.

Agora, falando do jogo efetivamente, quando peguei para jogar foi bastante intenso, e posso assegurar que este é o melhor jogo dos cavaleiros já lançado. Sim, mas isso não o impede de ser pormenorizadamente avaliado por mim em meus critérios extremamente rigorosos. Eu disse que foi o melhor já produzido, mas ainda está longe da perfeição. Aproveito então o espaço para pontuar elementos do game que são dignos de merecer elogios e outros que eu reprovo.

Gráficos:

As armaduras dos cavaleiros estão lindíssimas. Atrevo-me até a dizer que estão perfeitas. No entanto, aquilo que está por baixo delas, ou seja, os personagens, não estão no mesmo padrão de alto nível, principalmente as pernas e os braços, que chegam a ser feios, enquanto que os rostos estão bons. Já os cenários, não tenho do que reclamar. Definitivamente, estão medianos, mas bem feitos.

Honestamente, fico ressentido em nem terem experimentado criar um jogo dos cavaleiros com os gráficos em Cel Shading, dando ar de anime, como os da série Naruto. Não estou dizendo que é melhor nem que é pior, mas gostaria de ver como ficariam. No ensejo, também penso que seria legal inserir cenas do anime para contar a história do jogo, fato que não acontece.

Áudio:

Sobre o som, admito que passei muita raiva de início, mas já superei bastante a indignação por não optarem pela trilha original do anime. Imagino que os direitos autorais devam ter sido um empecilho neste quesito. Aprendi a apreciar um bom sistema de áudio a partir de outros jogos que conheci e percebi o quanto eles ajudam a criar um bom clima no jogo, e as músicas utilizadas aqui até que são animadas, mas estão longe de serem dignas de aplausos.

Quanto a dublagem dos personagens, não tenho do que reclamar dos dubladores japoneses (afinal, não entendo nada mesmo). Contudo, uma dublagem nacional daria um impacto fantástico no jogo. Mas, sendo sincero, acho que ainda não era a hora certa para uma dublagem local, pois um jogo mediano merecia no máximo legendas mesmo, e ficaram ótimas. Agora, sobre a dublagem japonesa, obviamente que eu não entendo nada, mas garanto que há muita empolgação na forma como os golpes são executados. Merece totalmente os meus elogios.

Personagens e Técnicas:

O elenco está como se esperava de um jogo baseado na saga das doze casas, mas com alguns acréscimos inusitados: Seiya trajando a armadura de Odin, Sorento de Sirene e Kanon de Dragão Marinho, entre outros. Para mim, foi mais um motivo para acreditar que em breve possamos ver um novo jogo a ser baseado na saga de Asgard ou de Poseidon (ou ambos, por que não?). Todos os cavaleiros estão bastante fiéis aos originais, com todos os golpes que os caracterizavam na série e outros para dar mais profundidade aos personagens.

Para quem jogou à exaustão os jogos de PS2, este está infinitamente melhor neste aspecto, desde os golpes normais durante o jogo até os especiais. Por sinal, achei muito mais interessante tornar os golpes especiais algo menos frequente, pois, do contrário, acabavam se tornando um golpe comum a ser ativado a todo o momento. Os especiais estão lindos de se ver. Facilmente a gente consegue perceber que o pessoal que produziu o game acompanhou de perto a série.

Ainda, para quem acompanha a série, existem muitas sutilezas que fazem muita diferença na hora de se dar valor ao jogo. Os cavaleiros elevando o cosmo e realizando aquelas posturas clássicas do anime estão perfeitas. Pensa no Seiya movimentando as mãos formando a constelação de pégaso enquanto enfrenta o Cássius no primeiro episódio: sensacional. Além disso, pequenos detalhes, tais como Máscara da Morte pisoteando seu adversário caído, exatamente como aconteceu na luta entre ele e o Seiya na fase Santuário – Hades, fazem toda a diferença para os fãs mais assíduos. A perfeição com que retrataram as técnicas de cada personagem em comparação com o que conhecemos do anime foi o que houve de melhor neste jogo.

Jogabilidade:

O jogo é dinâmico e rápido na medida certa, mas com uma ressalva: quando a tela se enche absurdamente de inimigos, o jogo se torna meio travado, em câmera lenta, por conta do número de personagens que povoam a tela. Apesar disso, este fato está longe de comprometer a jogabilidade. Os golpes são facilmente aplicáveis com triângulo e quadrado para ataques comuns, círculo e R1 (ou círculo + R1) para golpes especiais, L2 para acionar o sétimo sentido, R2 para elevar o cosmo e L1+R2 para explodi-lo, enquanto que o X serve para pular. Poucos botões que evitam confusão até para os menos experimentados em videogame. Já para executar os especiais que liberam uma animação, basta apertar R2 no momento do ataque do golpe especial, somente realizado com o sétimo sentido ativo.

Contudo, para mim, existe uma pequena falha neste quesito, pois muitas vezes em que a gente quer emendar um sequência de socos e chutes, não há necessariamente alguém por perto para receber a pancada e o nosso personagem acaba acertando o nada. O personagem Shiryu é um dos que mais sofrem com isso, pois, diferente do Seiya, do Hyoga e do Ikki, por exemplo, não possui uma técnica que o permita lançar poderes à distância (o cólera do dragão vai para cima), tornando-o praticamente um cavaleiro especialista em luta corporal. Mas, no geral, os controles do jogo estão muito bons, sendo bastante próximos da perfeição.

Menus:

Aqui, há pouco o que falar. Apesar de estarem bastante claros e simples, tenho uma pequena ressalva, aliás, que me incomoda bastante. O jogo incentiva que a gente realize as missões com todos os personagens, tendo em vista a necessidade de se evoluir o nível deles para se tornarem aptos para enfrentar os inúmeros níveis de dificuldade do jogo, mas os menus não ajudam nesta parte. Quando a gente encerra uma missão, necessariamente deve retornar ao primeiro menu do jogo e seguir cada menu subsequente para conseguir realizar uma nova missão. Não sei se ficou claro. A ideia é o seguinte: você termina uma missão e já quer partir para outra, mas o game te devolve para a tela inicial do jogo. No mínimo, incômodo.

Modos de Jogo :

Quando falamos em Cavaleiros do Zodíaco, a primeira imagem que nos veem à mente é a saga das doze casas. Ok. Realmente ela foi um marco, mas não foi tudo. Quando anunciaram o jogo, ainda em tom de especulação, logo torci para que fossem contempladas diversas passagens do anime, e não somente as lutas contra os cavaleiros de ouro. Primeiro, por que seria apenas uma cópia do jogo de PS2. Segundo, por que gostaria de ver as outras sagas sendo apresentadas nos videogames. Doce engano. Novamente veríamos os cavaleiros de bronze atravessarem as doze casas no modo história e quase nada a mais, mas ficou bom.

Além do modo história, que dispensa detalhes, temos o modo missão, que consiste em um conjunto de percursos em que a gente tem a possibilidade de escolher qualquer um dos cavaleiros para percorrer. Vão desde lutar seguidamente contra alguns cavaleiros de ouro a ter que atravessar em sequência diversos trajetos que levam a alguma das doze casas.

No modo missão, também há o cooperativo, que consiste na escolha de dois personagens (que pode ser o segundo player ou o CPU) que se unem para enfrentar um dos cavaleiros, e o modo sobrevivência. Em tempo, após zerarmos pela primeira vez o modo história do jogo, abre-se a história solo do Aioros, que nada mais é que um resumo rápido e fraco sobre a sua fuga do Santuário, com diálogos inventados e cenas estáticas. Ainda, existem as histórias solo do Aioria, da Marin, da Shina e do Ikki. Admito que a ideia foi boa, mas a execução nem tanto.

Comentários Gerais:

O sistema do jogo consiste em avançar pelas doze casas, enfrentando o exercito de soldados rasos nas escadarias e os cavaleiros de ouro ao final de cada percurso. Quando comparamos com o anime, a diferença é que os cavaleiros de bronze não enfrentavam inimigos enquanto estavam nas escadas, mas pode ter certeza que este acréscimo foi muito bem vindo. Além disso, vários diálogos presentes na série e outros inventados são reproduzidos (em japonês com legendas em português) enquanto atravessamos o Santuário, tornando a experiencia ainda mais próxima daquilo que aconteceu nos episódios.

Ter que percorrer o Santuário para salvar a vida de Atena é uma tarefa prazerosa, desde que seus personagens estejam em um nível adequado ao nível de dificuldade selecionado. Caso contrário, poderia se tornar um tormento. Principalmente pelo fato de que todos os cavaleiros devem ser enfrentados no mínimo duas vezes (aceitável), enquanto que outros são nossos adversários por três vezes (tolerável) e ainda há o cúmulo de termos que lutar contra Máscara da Morte de câncer e o Mestre do Santuário por quatro vezes. Ninguém merece.

No mais, as doze casas do Santuário estão muito bem retratadas, incluindo a Sala do Mestre, o Templo de Atena e Star Hill. Então, minha crítica é justamente para aquilo que não fizeram, ou seja, deixaram de lado todo o resto. Achei que ficou extremamente forçado ver Misty (cavaleiro de prata) e os cavaleiros negros lutando nas doze casas, sendo que poderiam ter recriado um estágio no Vale da Morte (para enfrentar os cavaleiros negros) e uma praia para enfrentar o Misty. Ainda, perderam a chance de criar uma fase extra para abrigar Sorento e Kanon no templo de Poseidon ou Radamanthys no castelo de Hades.

No geral, dentro do propósito do jogo, ele realmente se saiu bem com a proposta de avançarmos pelas escadarias e finalizar o percurso enfrentando um dos cavaleiros de ouro, porém, sinto que poderiam ter criado algo mais próximo de um RPG. Coletar itens, descobrir lugares secretos, criar relacionamentos etc, todos estes elementos se encaixariam perfeitamente no perfil do anime Saint Seiya. Este, contudo, é mais um desejo meu do que uma crítica. Só acho que o potencial da série seria muito melhor explorado se seguissem por este caminho.

E se minhas críticas foram basicamente para aquilo que faltou, meu elogio vai para o elemento que agregou bastante valor ao jogo: as legendas em português. Verdade seja dita, estão (quase) perfeitas. Definitivamente, valeu a pena esperar pela versão nacional. Se você pensar nelas e associá-las às animações que passam na tela, você chega a imaginar que está assistindo a um episódio, passando um filme na sua cabeça. Claro que me refiro aos fãs que já assistiram algumas vezes à série, mas para quem não assistiu, é um privilegiado por poder conhecer esta história por meio de um jogo, ainda que de forma resumida. Por sinal, as animações entre as lutas ficaram muito legais, dando realmente um ar de episódio (apesar de eu ainda preferir que fossem cenas do próprio anime).

Sistema de Evolução:

O jogo possui 8 níveis de dificuldade que vão do Elementar ao Divino, e o nosso sucesso em cada um desses níveis depende do quanto evoluímos os nossos personagens. Para ser sincero, gostei bastante da ideia de adicionar ao game o conceito de levels (níveis), muito utilizado em RPGs, mas achei que a evolução dos personagens poderia ser (bem) mais rápida. Me passa a impressão de que o jogo não rende, afinal, a gente joga por horas e não ganha pontos de experiência suficientes para compensar o tempo dispensado na partida.

Conclusão:

O jogo cumpre bem o seu propósito, sendo o seu maior defeito a falta de ousadia. Para não ser totalmente injusto, os golpes e as armaduras ficaram maravilhosos. Para o próximo jogo, caso haja, inserir a trilha original, dublagem brasileira, cenas do anime, incluir todas as sagas, gráficos em cel shading e um sistema de jogo parecido com games de RPG para mim já bastaria: nota 10 fácil. Enquanto esse dia não chega, entre pontos fortes e fracos, este game até que se saiu bem, mas penso que mereça ser jogado por fãs, por crianças, por colecionadores de trofeus (PS3) e por pessoas não perfeccionistas que só querem se divertir. Qualquer um que não se encaixe neste perfil, pode refletir uma opinião infeliz sobre o jogo.

Entre erros e acertos: [NOTA 7.5]

VIDEOANÁLISE BAIXAKIJOGOS: LINK

19 de junho de 2012

Cronologia de Os Cavaleiros do Zodíaco



CRONOLOGIA DA SÉRIE

Nos últimos anos, Os Cavaleiros do Zodíaco (Saint Seiya no Japão) tem ampliado muito o seu universo, com novos conteúdos que agregam bastante valor à história. A série clássica (nas quais batalham Seiya e Cia. pela defesa de Saori/Atena) agora não é tratada isoladamente, mas possui algumas histórias paralelas, tratadas assim, pois, apesar de oficiais, não são escritas pelo mestre Masami Kurumada, o grande criador de Saint Seiya.

Junto com estes novos tempos de Saint Seiya, novos personagens, novas sagas, novos ambientes e a mesma emoção. Não custa sonhar que algum dia tudo seja devidamente animado, saindo das páginas do manga para os episódios de anime. Porém, no momento, só nos resta torcer pelo sucesso do mais novo empreendimento do autor, Saint Seiya Ômega, para quem sabe termos a esperança desse sonho ganhar a luz do dia.

Tendo essas como minhas considerações iniciais, aproveito o espaço para resumir a cronologia da série de acordo com esses novos episódios e capítulos, visto que muitos novos fãs estão se aventurando na série, enquanto muitos outros deixaram de acompanhá-la e se perderam no tempo em meio a tantos lançamentos.

Para início de conversa, cabe compreendermos que Os Cavaleiros do Zodíaco possui como fonte principal de inspiração a mitologia grega, apesar de possuir referências a muitas outras mitologias, crenças, costumes e obras. Isso não quer dizer que tais indicações sejam utilizadas ao pé da letra, mas existem muitas licenças poéticas, ou seja, adaptações daquilo que conhecemos habitualmente.

HIPERMITO

O Hipermito é o material responsável por iniciar a compreensão de onde surgiram as batalhas que vemos na série e o que elas significam. Confesso que, quando li, percebi imediatamente o real valor de Saint Seiya. Em um primeiro momento, pode parecer somente um texto introdutório, mas, na realidade, trata-se de uma verdadeira lenda, no sentido literal da palavra, com muito potencial, mas que ainda foi pouco explorado.

Pode parecer confuso para quem pouco conhece da série, mas vale a pena, uma vez que percebemos o quanto os nossos dias são somente uma ínfima parte em relação ao tempo de vida do planeta, mas, que apesar disso, não somos insignificantes, pois cada um é capaz de dar a sua contribuição para a construção do futuro (e é justamente esta a poesia de Os Cavaleiros do Zodíaco).

LINK: hipermito 
Esta publicação saiu em uma revista especializada em séries de anime e manga no Japão, em 1988

LOST CANVAS



Trata-se de uma série nova quando comparada aos episódios clássicos, sendo que, na cronologia, refere à Guerra Santa da geração de Dohko e Shion, 243 anos antes dos eventos atuais. Nesta batalha, Tenma (antigo cavaleiro de pégaso) enfrenta Hades, cujo espírito se hospeda no corpo do jovem Alone. Nesta geração, Atena se chama Sasha e, além de terem de enfrentar o deus do submundo, ainda precisam desafiar os deuses gêmeos Tanatos e Hipnos, além dos Juízes e Espectros de Hades.

Para quem não conhece, é mais do que recomendada a série, completa em 25 edições de manga e incompleta em anime, com 26 episódios, que equivalem ao volume 10 no manga. A história é emocionante e perfeita. Uma pena que tenham interrompido a versão animada, que espero, seja uma paralisação temporária.

EPISÓDIO G


Trata-se de outra história anterior aos eventos da série clássica, mais precisamente 6 anos atrás, na geração dos cavaleiros de ouro. Neste episódio, Aioria é o protagonista (cavaleiro de ouro de leão) e conta com a ajuda dos demais para enfrentar uma nova ameaça ao Santuário.

Aqui, Pontos, deus primordial, presente no planeta desde o início dos tempos junto de Uranos e Gaia, liberta os 12 titãs de seu confinamento por Zeus no Tártaro – são eles: Cronos, Hiperíon, Iápeto, Creos, Ceos e Oceano; Febe, Mnemosine, Reia, Têmis, Tétis e Teia – para iniciarem uma invasão ao Santuário e se enfrentarem no Labirinto de Cronos.

Já saíram 19 volumes do manga e parou exatamente na luta final entre Aioria e Cronos, sob o olhar de um personagem misterioso (acredita-se ser Zeus). A intenção do autor é encerrar a história no volume 20, mas somente será retomado para encerramento após uma pausa estratégica devido aos novos capítulos de Next Dimension (a continuação direta da série clássica). Infelizmente, não há expectativa para o lançamento em anime desta saga.

SÉRIE CLÁSSICA

Quando falamos em Os Cavaleiros do Zodíaco, basicamente, estamos nos referindo à série em que Seiya, Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki protagonizaram. Lançada em 1986 e tendo completado 25 anos em 2011, trata a trajetória de cinco amigos que, sob o olhar da deusa Atena, lutam pela defesa da paz na Terra. Em síntese, é isso. Porém, evidentemente não se resume a isso.

Começando pelo básico, o universo é regido por quatro deuses: Zeus no céu, Poseidon nos mares, Hades no mundo dos mortos (Inferno e Campos Elíseos - Paraíso) e Atena na Terra. Como acontece com todo poder que é partido, sempre há a ambição de algum dos lados pelo controle total. Seguindo esta premissa, a Terra possui um ciclo que alterna entre períodos de paz e tempos de ameaça, em que os demais deuses (e mesmo outras entidades) buscam assumir o controle sobre o planeta.

Assim, na geração atual, um grupo de jovens foi treinado para se tornar cavaleiros. Na série, eles passam por diversas ameaças, iniciando pelo ataque dos cavaleiros negros, liderados por Ikki. Depois, são os cavaleiros de prata e de ouro, que, enganados pelo mestre do Santuário, ao invés de lutarem pela proteção de Atena, tornam-se adversários.

Com o término deste período de lutas internas dentro do Santuário de Atena, a ameaça vem de Poseidon, que, primeiro manipula Asgard, onde os guerreiros regidos pela constelação de Ursa Maior, sob a proteção de Odin, são levados a medir forças com os cavaleiros. Após estas duras lutas, Seiya e os demais se dirigiram ao Templo Submarino de Poseidon e precisaram enfrentar mais lutas cruéis até serem capazes de selar o espírito do deus dos mares.

Depois de um intervalo de tempo não muito claro na série, a ameaça veio do submundo, quando Hades enviou seus espectros para invadirem o Santuário, culminando com a “viagem” dos cavaleiros pelo território do deus dos mortos, atravessando o Inferno até o destino final, os Campos Elíseos: a morada definitiva de Hades.

Até o momento, nada de oficial foi falado em relação a Zeus e aos demais deuses olimpianos que pudessem servir de conclusão para a história, mas o autor já está se empenhando no manga de Next Dimension, continuação direta da série após os eventos de Hades. Também há uma grande expectativa pelo remake dos episódios clássicos, visto que os traços antigos já não se encaixam nos padrões atuais. Mas isso é algo que possivelmente seja confirmado somente depois do sucesso de Saint Seiya Ômega.

GIGANTOMAQUIA

Este lançamento ocorreu em forma de livro, em dois volumes. Aqui, os cavaleiros de bronze Seiya, Shiryu, Hyoga, Shun e Ikki enfrentam os poderosos gigas. São eventos que, muito provavelmente, seguindo a cronologia oficial, aconteceram no intervalo entre as sagas de Poseidon e Hades da série clássica.

Dispensa maiores esclarecimentos, pois já havia inserido um post acerca deste produto e encontra-se no link abaixo:

NEXT DIMENSION

Após mais de 15 anos sem escrever uma página de manga referente à série Saint Seiya, Kurumada animou os fãs com a tão aguardada sequência, conhecida como Next Dimension. Isso porque Lost Canvas, Episódio G e Gigantomaquia não são de sua autoria. De qualquer forma, enfim os fãs poderiam sonhar em ver uma conclusão digna para a série.

Contudo, apesar de 5 volumes já terem sido lançados no Japão (4 no Brasil), esta nova série ainda não deslanchou, tanto na quantidade quanto na qualidade. No primeiro aspecto, me refiro ao número reduzido de capítulos que saíram, principalmente se levarmos em conta que Lost Canvas foi lançado junto e já encerrou. Quanto ao quesito qualidade, confesso que esperava mais, pois parece uma cópia descarada da saga das doze casas do Santuário.

Outra crítica (até que o Kurumada nos prove o contrário) é o fato de que Cronos leva os cavaleiros ao passado, mas ele não menciona nada acerca dos eventos do Episódio G, em que os cavaleiros de ouro enfrentaram este mesmo deus/titã. No ensejo, eles retornam ao tempo da última Guerra Santa contra o exército de Hades, porém, com eventos totalmente diversos daqueles contados pelo Lost Canvas. No mínimo, uma grande incoerência, mas que ainda pode ser explicada e, por isso, deixo esta crítica em aberto. O certo é que até o momento, nada de Zeus.

ÔMEGA

Para encerrar esta seção cronológica de Saint Seiya, a série Ômega foi lançada em 01 abril 2012, sendo a mais nova aposta de atrair mais fãs infantis e, consequentemente, levá-los a se interessar pela série clássica e Lost Canvas (ambos com temática mais jovem) no futuro.

Aqui, a história se passa tempos depois da conclusão da série (que na verdade nem aconteceu ainda), partindo do princípio que Seiya e os demais cavaleiros de bronze tiveram êxito em defender a Terra dos ataques de Zeus e dos deuses olimpianos. Em Ômega, o planeta é assolado por uma nova ameaça, que até o momento responde pelo nome de Marte (apesar de evidências de que este seja apenas um peão para o verdadeiro inimigo).

Seiya e os demais são considerados cavaleiros lendários e a incumbência de defender Atena desta vez é de um novo grupo de jovens, formados cavaleiros a partir do Centro de Treinamento Palaestra. O grupo principal é formado por Kouga de pégaso, Souma de leão menor, Haruto de lobo, Ryuho de dragão e Yuna de áquila/águia.

Este anime não possui um manga que lhe seja correspondente. Além disso, sua temática infantil ao extremo leva os fãs antigos a se interessarem pelo desenho somente para reconhecer os cavaleiros lendários nesta nova versão de Saint Seiya.

Não apenas os personagens que defenderão Atena são outros, mas vários conceitos consagrados da série foram completamente transformados. As armaduras mudaram, os elementos da natureza passaram a explicar o cosmo, o Santuário foi destruído (difícil de engolir), os golpes mudaram (pelo menos os cavaleiros de ouro até agora apresentados não recriaram as técnicas dos clássicos), entre outros.

Em suma, confesso que só assisto por se tratar da continuação da série que mais estimo, mas ainda estou esperando mais ação e emoção, que tenho certeza que virá com o tempo.

31 de maio de 2012

O Universo de Assassin's Creed


Nos últimos meses, resolvi passar para o blog a experiência que tive com os jogos de Assassin's Creed e não reservei palavras para expressar o quanto esta série se fez grandiosa na minha vida. E digo mais: não são apenas os games os responsáveis pelo ótimo enredo, mas todo o conteúdo criado em torno de Assassin's Creed - jogos para computador, celulares, PSP, livros, HQ, filmes, animações etc.

Tendo em vista a contribuição que muitos deles tiveram para a construção e expansão da história, gostaria de aproveitar a oportunidade e comentar alguns desses produtos, alguns dos quais eu possuo, enquanto que outros eu apenas conheci pela internet. Cabe ainda mencionar que cada produto, de certa forma, conta a história apenas por uma perspectiva: a guerra vista pelo lado dos assassinos ou pelo dos templários.



PONTO DE VISTA DOS ASSASSINOS


A partir de Assassin’s Creed II, todos os jogos lançados para consoles foram apresentados com um filme ou animação para ampliar a experiência a ser vivida no game.

Em AC II, foi AC: Lineage – um filme extremamente bem feito, que serviu de prólogo para os eventos do jogo em questão. Nesta obra, Ezio é adolescente e o seu pai Giovanni Auditore o herói, porém, ciente de que em breve seus filhos também deverão estar prontos para lutarem ao seu lado.

PARTE 01: AC: LINEAGE 01

PARTE 02: AC: LINEAGE 02

PARTE 03: AC: LINEAGE 03

Em AC: Brotherhood, foi AC: Ascendance – nesta animação é retratada a ascensão de Cesare Borgia ao trono romano. Serve de elo entre o game anterior e Brotherhood, com Ezio tendo que enfrentar não mais somente um homem, mas uma família.

COMPLETO: AC: ASCENDANCE

Em AC: Revelations, foi AC: Embers – diferente dos anteriores, esta animação não serve de prólogo, mas encerra a trajetória de Ezio, mostrando sua última missão e seu falecimento. Triste o bastante para arrancar lágrimas daqueles que percorreram junto de Ezio uma vida (virtual) de lutas pela causa dos assassinos.

TRAILER: AC: EMBERS


Além dos filmes e animações já citados, a experiência dos jogos também foi retratada em forma de romance, tendo sido lançados livros referentes aos quatro jogos da série - AC, AC II, AC: Brotherhood e AC: Revelations. No Brasil, foram lançados os livros AC Renascença (que cobre os eventos de AC II) e AC Irmandade (que cobre os eventos de AC: Brotherhood). Compensa muito adquirir estes livros, pois são bastante fiéis ao jogo, acrescentando muitos detalhes que ajudam a enriquecer a trama.




PONTO DE VISTA DOS TEMPLÁRIOS


A partir de AC Revelations, mais precisamente em seu modo online multiplayer, temos contato direto com a ambição das Indústrias Abstergo. Na verdade, somos agentes a serviço dos templários e, a medida que evoluímos nos treinamentos, ganhamos confiança dos cientistas para ter acesso a mais informações sigilosas. Buscando, então, acrescentar conteúdo a este outro ponto de vista (considerado o lado do mal nos jogos), está sendo lançada uma HQ (quadrinhos), tendo como foco os eventos do presente. Dizer que é interessante é pouco, já que esclarece a existência de alguns personagens, tanto pelo lado dos assassinos, quanto pelos templários. Já foram lançados dois volumes, mas no Brasil somente encontramos o primeiro à venda.


Outro produto lançado aproveitando a onda Assassin's Creed foi o jogo Project Legacy, para Facebook. A ideia é bastante interessante e também se refere às Indústrias Abstergo. A ideia é contar algumas experiências realizadas por agentes da Abstergo que, por meio do Animus, reviveram memórias de personagens-chave para coletar dados que ajudassem a corporação a desvendar os maiores segredos dos assassinos. A estrutura do jogo segue o mesmo padrão de outros games para Facebook, mais parecendo um RPG sem ação direta. Infelizmente, como se tratava de uma ação para promover AC: Brotherhood, faz tempo que não recebe atualizações.




Com esses poucos exemplos que dei, já ficou claro que a série Assassin's Creed ainda tem muitas surpresas a nos oferecer. Existem alguns outros jogos lançados além dos quatro principais, já comentados por mim. Vou ser sincero e dizer que tenho poucos conhecimentos acerca deles, mas me empenharei para conhecê-los melhor a fim de atualizar a seção com estas informações em uma próxima oportunidade.

28 de abril de 2012

Três assassinos e um objetivo




     Uma pena, mas chegamos ao fim. Na terceira aventura protagonizada por Ezio Auditore da Firenze, temos a conclusão de sua saga em busca de respostas, principalmente sobre o seu papel na luta entre  assassinos e templários. O jogo se passa muitos anos após os eventos de Brotherhood, com um Ezio  de 50 anos de idade (apesar de nem parecer). A tensão que por décadas havia se instalado na Itália Renascentista por meio da família Borgia já estava completamente superada, graças “aos seus serviços”. Mas ele sabia que a dominação templária não se restringiria àquela porção da Europa.
  
     Muitos anos após eliminar Cesare Borgia, Ezio decidiu seguir os passos de Altair, líder dos assassinos no tempo das Cruzadas e considerado o maior mentor da história da ordem. Partiu então a Masyaf, Fortaleza dos Assassinos nos tempos de Altair. Porém, ao chegar, Ezio não a encontrou como esperava, mas um lugar dominado pelos templários, que invadiram a área desde o falecimento de Altair. Em sua busca por pistas, descobriu que as chaves da biblioteca do santuário (lacrada por por conter todos os maiores segredos dos assassinos) haviam sido levadas para Constantinopla.
 
     Após alguma dificuldade com os templários em Masyaf, Ezio seguiu para Constantinopla, alguns anos depois da queda do Império Bizantino, e descobriu que atualmente eram os árabes otomanos quem dominavam a região. Porém, os bizantinos, que haviam perdido o poder, estavam sedentos por retomá-lo, e muitas conspirações ainda ocorreriam por lá no decorrer da trama.
 
Ezio chega a Constantinopla

     Neste jogo, a estrutura dos dois episódios anteriores foi preservada, mas com nova roupagem. O foco que era o Renascimento italiano foi transferido para o Império Bizantino, em decadência após a invasão dos árabes. Toda a cultura inerente à Europa Oriental deste período foi retratada, seja na arquitetura, nos trajes, nas personagens, na musicalidade e nas armas. Por sinal, dentre as poucas novidades deste jogo, duas delas se referem ao armamento: a Hook Blade (gancho) e as bombas.
  
      A ausência de grandes novidades pode até servir de pretexto para críticas com relação ao fator inovação, mas em nada interferem na manutenção da qualidade indiscutível da série. Comentar o que há no jogo seria praticamente repetir tudo o que já foi dito em AC II e AC: Brotherhood. O multiplayer foi aperfeiçoado e agora, de acordo com a progressão neste modo de jogo, são oferecidos documentos e vídeos das Indústrias Abstergo como recompensa. Uma ótima adição que nos possibilitou ver o ponto de vista dos templários nesta batalha, já que o foco havia sempre sido os assassinos.
  
Dentro do Animus

      Outra novidade foi a adição de um sistema “Tower Defense” parecido com os jogos de estratégia. Neste modo, Ezio prepara o seu exército de assassinos e coordena as ações de cada membro. Surge este tipo de interação toda vez que um território dominado pelos assassinos é invadido pelos templários. Porém, verdade seja dita, nem ficou tão legal assim. Em contrapartida, a parte do jogo que trata dos dias atuais com o personagem Desmond, temos bastante de seu passado revelado por meio de sequências em primeira pessoa.
  
     Dando continuidade aos eventos do personagem em Brotherhood, quando sua consciência ficou presa à máquina Animus, foi criado este modo de jogo que consiste em conduzir Desmond por cenários cheios de cubos e lasers, com muito desafio de raciocínio e paciência com o objetivo de salvá-lo. Apesar da raiva que passei por falhar algumas vezes, acho que estes puzzles foram bastante apropriados e úteis dentro da proposta de libertá-lo do Animus.
  
     Para finalizar, cabe relatar que Ezio, mais uma vez, interagiu com figuras bem importantes da história mundial, ainda que a maioria (ou todas) com pouca expressão para a parte ocidental do planeta. A principal delas foi Sofia, que se casou com o Ezio e permaneceu ao seu lado até o último dia de vida do protagonista (filme "Assassin's Creed: Embers"). Ezio inclusive se afastou da rotina de lutas pela causa dos assassinos para constituir família. Final cheio de emoção para um personagem realmente marcante.
 
 

4 de março de 2012

A Irmandade dos Assassinos


     Se você já zerou Assassin's Creed II, é natural que comece a jogar Brotherhood. Isso porque este game é mais do que uma sequência, parecendo mais que você nem parou de jogar AC II. Ezio começa no mesmo ponto de onde parou, ou seja, na sala secreta subterrânea do Vaticano, onde viu a Maçã do Éden e o Báculo do Papa serem selados, ao mesmo tempo em que recebeu uma mensagem secreta de Juno - membro de um grupo de seres que viveram na Terra antes dos humanos - endereçada a Desmond, anos depois no futuro.

     Ao fazer o caminho de volta a fim de sair da sala, Ezio é surpreendido por seu tio Mario que veio para levá-lo de volta à Vila Auditore. Após a sequência inicial, Ezio revela ao seu tio que, apesar de tudo, não matou Rodrigo Borgia. Para quem não jogou AC II, Rodrigo foi o mentor das conspirações que culminaram na morte do pai e dos irmãos de Ezio, fato que o levou a se tornar um Assassino. Mario se desespera com o que soube e alerta o sobrinho de que a qualquer momento haveria uma retaliação da família Borgia.

     Como previsto, a Vila Auditore foi invadida pelo filho de Rodrigo, Cesare Borgia, e Ezio teve que fugir para se salvar. Na fuga, partiu em direção a Roma a fim de encontrar o castelo dos Borgia para resolver as pendências que haviam ficado para trás. Tendo perdido a consciência no caminho, chegou à Roma graças a ajuda de Maquiavel, que ainda lhe deu as primeiras orientações.

Ezio mais rápido do que nunca

     Não me alongarei mais sobre a história, mas posso adiantar que está demais. Em Brotherhood, o foco fica em torno de Cesare, já que ele consegue superar seu pai em poder (e olha que seu pai, Rodrigo, era nada mais nada menos que o Papa). Ezio também está mais experiente e habilidoso, principalmente com a lâmina oculta (hidden blade).

     Volto então a falar da história, mas sob um outro ponto de vista: Desmond. Como bem sabemos, o rapaz havia sido sequestrado no primeiro jogo e descobriu a existência da Maçã do Éden. No segundo, ele recebeu um treinamento ao mesmo tempo em que seguia os passos de Ezio e, ao final, ouviu uma mensagem secreta informando sobre o Fim do Mundo e da raça humana.

     Já em Brotherhood, Desmond teve um papel um pouco maior em relação aos jogos anteriores, indo inclusive atrás da Maçã do Éden e recebendo mais mensagens secretas. Apesar disso, pouco se concluiu e muitas questões somente seriam respondidas depois, em Assassin's Creed: Revelations.

Desmond se preparando para "se tornar" Ezio Auditore

     Dentre as inserções que a UBISOFT fez neste jogo em relação ao anterior, a ideia de convocar outros assassinos para entrarem na briga com certeza foi a melhor. Apesar disso, a possibilidade de Ezio gerar sequências de assassinatos ao atingir a primeira vítima está demais. Não tem como explicar em palavras, sinceramente. Outra novidade é o fato de que cada missão tem um objetivo principal, que concede o direito de passar para a próxima, mas também tem o objetivo secundário. Trata-se mais de um desafio para os mais dedicados do que qualquer coisa, apesar de ajudar a desbloquear missões adicionais.

     As músicas foram totalmente refeitas, não sendo aproveitado nada do AC II, mas mantendo a qualidade. A dublagem está maravilhosa, parecendo um monte de italianos falando italiano, ainda que efetivamente estejam falando inglês. Por sinal, existe a versão europeia do jogo com legendas em português, o que ajuda e muito na hora de se entender a história.

Sim, isso é possível no jogo

     A cidade de Roma é praticamente a única no jogo, apesar de participações bem pequenas de outras nas missões no decorrer da partida. Em compensação, a capital italiana é gigantesca. Não faltam pontos turísticos para serem visitados por lá, ao mesmo tempo em que embarcamos em missões das mais variadas, mas nos mesmos moldes dos jogos anteriores (o que é muito bom).

     Para encerrar, nada mais justo que citar a maior inovação que este jogo trouxe em relação aos anteriores: o modo online. Não tem relação direta com a história, mas diverte um bocado. Existem vários modos de jogo disponíveis para até 8 jogadores conectados. Jogando em equipe ou cada um por si, a ideia básica é eliminar o seu alvo ao mesmo tempo em que se está sendo caçado. É uma tensão boa que valorizou muito o jogo, mas ficou ainda melhor no jogo seguinte, Assassin's Creed: Revelations, mas isso é assunto para o próximo post.

E3 TRAILER: Assassin's Creed: Brotherhood

(NÃO TEM COMO NÃO SE ARREPIAR COM ESTE VIDEO)

11 de fevereiro de 2012

Assassin's Creed II - O verdadeiro significado da palavra vingança

Ezio, você é o cara

     Já falei de Assassins Creed e agora venho declarar meu amor por Assassins Creed II, sendo este o verdadeiro jogo que torna imperdível a saga dos assassinos. Aqui, mais uma vez, Desmond é o personagem que se submete a sessões no "Animus" para viver as experiências de seus ancestrais na tentativa de descobrir a localização de um tesouro perdido. Se o palco do primeiro jogo foi os corredores da Abstergo Industries, uma empresa que se dedica ao ramo de pesquisas genéticas e tecnologia, agora Desmond e Lucy fugiram com o auxílio de Rebeca e Shaun para reiniciarem os trabalhos fora do alcance dos cientistas.

     Nesta continuação, o personagem revivido por Desmond se chama Ezio Auditore e o jogo deixa de rolar na época das Cruzadas, em cidades como Acre e Jerusalém, para se desenrolar na Itália Renascentista. Se o cenário mudou, diga-se de passagem, para melhor, o personagem simplesmente elevou o jogo a outra categoria de qualidade. Alia-se a esses fatores o enredo que é envolvente do começo ao fim. Você não consegue piscar, literalmente.

     Resumidamente, a família de Ezio sofre com a corrupção na política local e sofre um grande golpe (traição talvez seja mais adequado), e ele se sente obrigado a limpar o nome dos Auditore que havia sido manchado. Para se tornar "a lenda" na arte do assassinato e se vingar de todos aqueles que conspiraram contra sua família, muitos são aqueles que o ajudam a se aperfeiçoar no conhecimento e nas técnicas assassinas.

Dois vacilões e a águia assassina
     O jogo lembra o estilo GTA de progressão, pois, a cada alvo eliminado, ele consegue pistas para o próximo e está sempre cada vez mais perto de descobrir que aquilo que aconteceu com a sua família não havia sido uma mera briga política, mas uma conspiração muito maior. Também vale ressaltar que muitas perguntas sobre o que é a Abstergo e os motivos por que eles sequestraram Desmond são respondidas, mas muitas outras são lançadas.

     Os gráficos mais uma vez estão maravilhosos. As cidades italianas retratadas nos deixam curiosos por conhecê-las pessoalmente só para termos o gosto de comparar, tal como acontece com GTA IV ao retratar de maneira incrível Nova Iorque. O jogo é repleto de missões paralelas, totalmente opcionais, mas que agregam tanto valor ao jogo que não devem ser deixadas de lado. Além das fases de progressão, tudo no jogo inspira atenção para melhor aproveitamento da história: os codex, os glifos, os santuários escondidos, etc, é um jogo que deve ser intensamente vivido.

     Dentre as inovações que este jogo tem em relação ao primeiro, está a possibilidade administrarmos nossa própria cidade, ainda que seja bem básica esta opção. Trata-se da Vila Auditore, em plena decadência, esperando pelas ações empreendedoras de Ezio para superar a crise. Com o dinheiro que ganhamos no decorrer do game, podemos reformá-la, comprar armas, munições, habilidades de treinamento, telas de pintura e roupas (e que roupas! uma mais estilosa que outra).


Conflito aberto

     A trilha mais uma vez é muito boa, extremamente adequada, mas sem maiores destaques. A jogabilidade mais uma vez está ótima, mas agora temos novos armamentos e movimentos do personagem. O que já era bom ficou melhor. Só jogando para se saber a satisfação que dá em assassinar os adversários de maneira estilosa e eficaz. Ainda bem que é só um jogo. Quantas vezes eu não procurei briga só pelo prazer de provocar e depois exterminar os guardas templários. Não há nada a reclamar, a não ser pequenos deslizes na jogabilidade, sobretudo quando sem querer começamos a escalar as paredes das casas apenas por correr perto delas.

     Aqui cabe outra colocação acerca do jogo: basicamente, os vilões são a Ordem dos Templários, o que dá muita margem para difamações à Igreja Católica. No jogos seguintes, fica claro que não é a igreja o mal, mas ela foi usada por uma Ordem Secreta na época das Cruzadas que agiam apenas em prol de suas pesquisas e experiências. Neste ponto, lembrei-me de outro ponto a se destacar no jogo: as referências históricas. Não são poucas as vezes em que você se pergunta até que ponto "isso" ou "aquilo" que está sendo revelado é real ou apenas uma criação para a trama do jogo.

     Concluindo, é um jogo obrigatório para fãs de bons jogos, de mistérios, de conspirações sobre o fim do mundo e de obras primas. Sugiro ainda o livro Assassin's Creed: Renascença, que conta a história do jogo de forma romanceada, acrescentando muitos pequenos detalhes não presentes no jogo. Ainda, a leitura dos codex é uma ótima maneira de conhecermos alguns fatos da vida de Altair. Por fim, concluir o jogo não significa assistir a um final que encerre a partida, mas apenas um gancho para o que ainda virá nos próximos jogos. Já falei que Assassin's Creed II é imperdível?...
E3 TRAILER: Assassin's Creed II

22 de janeiro de 2012

Assassin's Creed - o início da saga dos assassinos

Altair e o logotipo do jogo

     Para mim, Assassin's Creed é a "série" de videogame mais inteligente da década de 2000, principalmente pela profundidade da história que seus jogos contam. São jogos repletos de méritos: no geral, a ação é fluida e viciante; os gráficos são belíssimos; a trilha, a dublagem e toda a parte de áudio beiram a perfeição; mas principalmente a trama, que é absurdamente envolvente, contemplando dados históricos que por muitas vezes nos fazem duvidar de certas verdades consolidadas pelos livros de História.

     Na primera vez em que ouvi falar de Assassin's Creed, não dei muita moral, mas achei os gráficos maravilhosos. Depois que saíram as primeiras análises então, fiquei um pouco com receio de jogá-lo. Tratava-se de um game com enorme potencial desperdiçado, sobretudo pelas intermináveis missões repetidas. Outro problema era a falta de legendas. Não sei os fluentes na língua inglesa, mas tive que pesquisar na internet e em revistas de jogos para descobrir o que estava sendo falado naquilo que eu estava jogando.
 
     Ainda sobre o primeiro jogo, a história já começa com mistério: um rapaz foi sequestrado por um grupo de cientistas para servir de cobaia em experiências de "regressão". Para quem gostou do mistério de Lost, esta série é imperdível. O personagem principal se chama Desmond (por coincidência ou não, o mesmo nome do personagem chave para os eventos de Lost). No jogo, Desmond era submetido a sessões de "regressão" em que sua memória se transferia para a de um ancestral que viveu na Idade Média, na época das Cruzadas. A intenção dos cientistas era localizar um artefato muito importante que estava perdido ao longo dos séculos.
Olhos de águia prontos para o ataque

     A ideia de o jogo se passar em dois períodos distintos, nos dias atuais com Desmond e no tempo das Cruzadas com Altair, foi muito boa, mas as missões não eram tão empolgantes. Era justamente o mistério de se descobrir do que se tratava o tal artefato e a busca por conhecer o que Desmond e os cientistas representavam no mundo de hoje que fazia a graça do primeiro game.

     Falando um pouco da parte técnica de Assassin's Creed, a trilha é muito boa, mas sem maiores destaques ou críticas. Quanto aos gráficos, são lindíssimos. Não foram poucas as vezes em que pessoas que me viam jogando acreditaram se tratar de um filme. Já a jogabilidade está ótima, para não dizer excelente. Somente algumas vezes que você quer correr e Altair, por estar muito próximo de uma parede, se gruda nela pensando que deveria escalá-la.

     Agora vou confessar uma coisa: só comecei a jogar Assassin's Creed três anos depois de lançado, e ainda comecei pelo segundo. Um dos motivos para eu demorar tanto para jogar os games desta série foi a jogabilidade em mundo aberto. Sempre fui adepto de jogos em que você parte de um ponto e já sabe onde deve chegar. Outro aspecto que me distanciou destes jogos foi a característica dele tornar o protagonista um praticante de Le Parkour, podendo percorrer os distritos por solo ou pelos telhados, mas mudei radicalmente de opinião.

Parece que já era, irmão...
     Para quem nunca jogou (duvido, mas talvez ainda haja alguém nesta situação), o jogo lembra Prince of Persia pelo estilo de jogabilidade, o que para mim não era boa coisa. Mas repensei meu conceito depois que joguei Castlevania: Lords Of Shadow e vi o quanto é interessante o Le Parkour em um jogo pela sensação de ausência de limites que ele oferece. Além das habilidades acrobatas de Altair, o personagem ainda possui movimentos estilosos (quase ao estilo Devil May Cry) em sua postura, no seu jeito de andar e na manipulação de armas.

     Para finalizar, os diálogos são muito inteligentes, porém, tive que assisti-los legendados em português pelo youtube. As missões são interesantes até o ponto em que se tornam repetidas. Eu explico: o começo arrasador e o final intrigante são pontos de destaque, mas as missões que fazem parte do desenvolvimento do game são repetidas à exaustão. Apesar de todas as inovações que este jogo trouxe à indústria de jogos, é só a partir do segundo game da franquia que sua fama se sustenta, e eis o nome do cara que rompeu todos os
limites: Ezio Auditore da Firenze.

TRAILER E3: Assassin's Creed